quarta-feira, 27 de abril de 2011

Feirinha de adoção

Procuro um dono de raça
Porque um vira-lata
eu já tive
Com fome
E
Com saudade
Tudo
[você]
Fica melhor
FeliCIDADE
não de
VENTO
Uma vontade
e uma vagareza
me passam agora na cabeça.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Você que ouve e não fala
Você que olha e não vê
Eu vou lhe dar uma pala
Você vai ter que aprender
A tonga da mironga do kabuletê

domingo, 24 de abril de 2011

Outdoor

,poesia curta é a única chance
Senão,
você vai embora sem ler
Algo novo
Algo velho
Algo emprestado
Algo azul

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O ultimo poema

Assim eu queria o meu último poema
Que fosse terno
dizendo as coisas mais simples
e menos in
[tencionais
Faltou hora no relógio
pra eu fazer tudinho aquilo
que eu queria com você

terça-feira, 19 de abril de 2011

Maneira mais linda de convidar os amigos
É dizer o que sente.
Uma flor merece ser feliz.
Ter festas com máscaras, bailarinos e muitas cores.
Estarei presente sim, querida.
Vou até evitar o uso do emoticon para não frustrar a expressão que verdadeiramente assumiu meu rosto agora.
Me sinto um pouco parte desses 9.125 dias de vida
Fiz questão de calcular 365 x 25 no papel e lápis
Esforço matemático descomunal para uma pessoa como eu, nada exata.
Sua sensibilidade é deliciosa de contemplar.
E mais uma vez está provado.
Eu também sempre gostei de março.
Sempre gera alguma expectativa em mim.
Mesmo chovendo, mesmo a maré estando de ressaca, mesmo sendo a promessa de vida no teu coração.

O amor, a poesia, as viagens

Atirei um céu aberto
Na janela do meu bem:
Caí na Lapa - um deserto...
- Pará, capital Belém!

Manuel Bandeira

Hoje vai ter festa no Gonga

Alguém tocando
falando de um Príncipe africano
Inundando de alegria
a salinha

Não sei dançar

Uns tomam éter, outros cocaína
Eu tomo alegria!
Eis aí por que vim assistir a este baile de terça-feira gorda.

Mistura muito excelente de chás...

Manuel Bandeira

Espantapájaros

Vivendo de afungentar passarinho
Espantalho
é só estopa dentro

sexta-feira, 15 de abril de 2011

XXV

Quero um fone de ouvido
que toque silêncio
para abafar todas as vozes
que falam aqui dentro

Aline Travaglia

XVII

Me tirou pra dançar no baile
me leu com os olhos

Depois,
me leu em Braille

Aline Travaglia

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Eu não sou ninguém de ir
em conversa de esquecer
a tristeza de um amor
que passou
não
eu só vou se for prá ver
uma estrela aparecer
na manhã de um novo amor
A voz do meu avô arfa. Estava com um livro debaixo dos olhos. Vô! o livro está de cabeça pra baixo.

Estou deslendo

Diário de Bugrinha

Formiga é um ser tão pequeno que não aguenta nem neblina. Bernardo me ensinou: para infantilizar formigas é só pingar um pouquinho de água no coração delas. Achei fácil.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

As coisas

As coisas têm peso
massa
volume
tamanho
tempo
forma
cor
posição
textura
duração
densidade
cheiro
valor
consistência
profundidade
contorno
temperatura
função
aparência
preço
destino
idade
sentido
As coisas não têm paz

terça-feira, 12 de abril de 2011

me chamaram pra roda
e eu fiquei de lenga lenga

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Mora na filosofia
Pra que rimar amor e dor (?)
Dizer o que
passa dentro
não é qualidade
é prática

Exercício-palavra

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Janela Recorte

Entre os prédios
vejo pessoas
pelas janelas
recorte da vida delas

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Dia a dia

Tem dia de alegria
e tem dia de sol quente
tem dia diferente
tem dia de sorriso e dente
mas todo dia...
é dia a dia

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Pra quê serve a poesia?

Aceitamos que você empregue seu amor em nós.

Palmirolândia

Hoje eu ando precário
porque
ando com esses problemas de
quebradura

Palmiro
A palavra oral não dá rascunho

Manoel de Barros
Só dez por cento sou eu
o resto são os outros
Sempre me faltou
paciencia, graciosidade, peito grande, jeito no volante, inteligencia rápida.
Mas nunca palavra.

domingo, 3 de abril de 2011

Sou eu me misturando
em razão e sentimento
num asfalto quente
que crie bolhinhas