segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Tô com medo do casaco
Tô achando que ele vai soltar pelinho e me fazer espirrar

Mas você disse que ele só vai me esquentar

Tô com medo do armário
Tô achando que durante a noite ele vai me fazer ter pesadelo

Mas você disse que ele tá ai só pra decorar

Tô com medo do sapato
Tô achando que com a chuva ele vai me dar chulé

Mas você disse que pode me lavar.

Poesia de cotidiano

Ouvi alguém choramingar no telefone da sala
Pensei que de madrugada você só ligaria
Pra dizer que me amava

Poesias de cotidiano

Ontem quando eu levantei do sofá e te abracei
senti o mundo inteiro de você que me abraçava
E que abracei
Ontem quando levantei do sofá e te abracei
Percebi que desde sempre te amava 
E te amei

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Não sou daqui
Vim
Fiquei
Peguei o de melhor
De pior eu esqueci
Não vi
Não comi

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

E se...

Envelhecendo em situações hipotéticas
depois da hora de dormir
Só amanheci 
quando o sinal abriu

Bom ou mal
No fim do amor
Sempre resta
espaço pra uma dor

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Eu penso renovar o homem usando borboletas

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Essa minha languidez
Esconde uma insensatez
Vontade de ser nudez
Tipo nuvem
Que depois da chuva
As vezes 
Some de vez

E agora Maria?
O amor acabou
A filha casou
O filho mudou
Teu homem foi pra vida
Que tudo cria
E a fantasia
que você sonhou
Apagou à luz do dia

E agora Maria?
Vai com as outras
Vai viver
com a hipocondria


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Ou
você pode me pisar
que nem confete
você pode me morder
que nem chiclete
você pode me chupar
que nem sorvete
você pode me lanhar
que nem gilete
só não pode proibir
que nem piquete
se eu quiser escapulir
que nem pivete

Sou uma moça polida
levando
uma vida lascada

cada instante pinta um grilo
por cima
da minha sacada
o amor,
esse sufoco
agora há pouco era muito
agora, apenas um sopro
ah troço de louco
corações trocando rosas e socos
52.
Tudo bem
Eu espero
Tudo bem
Eu coopero
Tudo bem
Eu aceito
Tudo bem
Eu respeito
Tudo bem
Eu vou
Tudo bem
Eu sou
Tudo bem
Eu repito
Tudo bem
Eu admito
Tudo bem
Eu sei
Tudo bem
Eu dei
Tudo bem
Meu bem.
92.
Fomos tão francos
Levamos aos trancos
Saímos aos prantos
Rimos nos cantos
Caímos nos bancos
Fingimos ser santos
Manchamos os mantos
Sofremos tanto...

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Um junto sem pra quê
Não tem porquê
De sê

terça-feira, 31 de julho de 2012

Me desapego de ti
porque o mundo é esse silêncio
E é ele que eu quero em
mim

domingo, 29 de julho de 2012

36.


Encher linguiça
Alimenta minha preguiça.
102


É tão cedo
Pra ficar com medo
É tão vago
Para deixar pago
É tão escuro
Pra subir no muro
É tão tarde
Pra fazer alarde
É tão diferente
Estar contente.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Hoje saio à caminhar
Todo o mal me abandona
Serei tal como fui antes
Terei o corpo leve e uma brisa fresca
a percorrer-me o corpo
Hei de ser feliz para sempre
Nada há de me impedir
Eu caminho com a Beleza à minha frente
Eu caminho com a Beleza atrás de mim
Eu caminho com a Beleza acima de mim
Eu caminho com a Beleza ao meu redor
Belas serão minhas palavras.


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Fui lapidando as bordas de um poema
Pra na verdade querer dizer
Quanto eu sinto falta do meu antigo dilema
Abra o bico
Só não faça o meu ouvido
De pinico

terça-feira, 17 de abril de 2012

Já fui tanta gente
só pra ser alguém na vida
Todo dia lá em casa
Tem festa de despedida

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Meu amor
guardo para você
nos feriados
nos domingos
e nos dias que terminam com feira

quinta-feira, 29 de março de 2012

O apanhador de desperdícios

Uso a palavra para compor meus silêncios
Não gosto das palavras
fatigadas de informar
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes
Prezo insetos mais que aviões
Prezo a velocidade das tartarugas
mais que a dos mísseis
Tenho em mim esse atraso de nascença
Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos
Tenho abundancia de ser feliz por isso
Meu quintal é maior do que o mundo
Sou apanhador de desperdícios:
Amo os restos com as boas moscas
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto
Porque eu não sou da informática:
Eu sou da invencionática
Só uso a palavra para compor os meus silêncios

terça-feira, 27 de março de 2012

Efêmera

Martela o tempo preu ficar mais pianinho
Com as coisas que eu gosto
E que nunca são efêmeras
E que estão despetaladas
Acabadas
Sempre pedem um tipo de recomeço

Vou ficar mais um pouquinho, eu vou
amor bom
amor sensato
que não fica
na sola do meu
sapato

segunda-feira, 19 de março de 2012

C'est la vie. C'est fini

Menos cabelo e mais barba
o tempo chegou
enquanto o ponteiro girava
você nem reparou
que aumentava a distancia
entre o prazer e a dor

Aquela goiaba apanhada
virou goiabeira, tem flor
mas a lousa que te ensinava
repete o que te mostrou
que a força carrega a massa
e que o tempo apaga o rancor

Formas do nada

Horácio no Baixo (Odes I, 11)

Tentar prever o que o futuro te reserva
não leva a nada
Mãe de santo, mapa astral e livro de autoajuda
é tudo a mesma merda
O melhor é aceitar o que de bom ou mau acontecer
O verão que agora inicia
Pode ser só mais um
Ou pode ser o ultimo
Vá saber!
Toma o teu chope, aproveita o dia
E quanto ao amanhã...
O que vier é lucro.

terça-feira, 6 de março de 2012

Vi tudo que se faz debaixo do sol
e eis:
tudo vaidade e vento que passa

O intelectual

é um urubu
que se julga vestido
mas está nu
com uma pena de pavão
enfiado no cu

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Tempo, implacável tempo
Talha marcas em rostos e
nos monumentos

Inspirações paraibanas III

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Heresia

Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto
E hoje quando me sinto
'E com saudades de mim.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Um dia vai ser

Pelos caminhos que ando
um dia vai ser
so nao sei quando

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Não amar é morrer de tédio
Morrer de amor é o remédio
Uma observação
Chega de repetição

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Inspirações paraibanas II

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Gosto do teu olhar
e gosto do teu olhar
pousado em mim:
passar(n)inho

domingo, 8 de janeiro de 2012

Inspirações paraibanas I

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O tempo só anda de ida

Votos de ano novo

Amigos para amar
Boca para beijar
Ouvido a tolerar
Futuro a planejar
Lembrança boa para guardar
Você para ocupar
Anti gripe e sonrisal
Novos pedidos de Natal
Guarda-chuva e um bornal
Um ano novo para inspirar
E o sorriso dele para começar
Muita coisa que ontem parecia importante ou significativa
amanhã virará pó no filtro da memória
Mas o sorriso (...)
Ah... esse resistirá a todas as ciladas do tempo

domingo, 1 de janeiro de 2012

Será que por atrás
Desse seu olhar de marinheiro
As mulheres e as crianças vêm primeiro?